(Escolher umas boas imagens para enriquecer o site e também incluir os links de acesso, por exemplo, do IPC para o Museu Etnográfico, Cidade Velha, Campo de Concentração do Tarrafal, etc.)

Damos-lhe as boas-vindas à ilha de Santiago. Esta é a maior, mais populosa e diversa ilha do arquipélago de Cabo Verde que se encontra localizado, no Oceano Atlântico, ao largo da costa ocidental de África e a poucos quilómetros do Senegal.

As ilhas que compõem o nosso arquipélago dividem-se em dois grupos: as ilhas do Barlavento (Santo Antão, São Vicente, Santa Luzia, São Nicolau, Sal e Boa Vista) e as ilhas do Sotavento (Maio, Santiago, Fogo e Brava). E como podem ver a ilha de Santiago é conhecida por pertencer ao grupo do Sul.

Ela se destaca por acolher a cidade capital, a Praia, mas igualmente pelo seu relevo acidentado com montanhas, vales profundos e planaltos.

Com um clima semiárido tropical e duas estações principais (a da seca e a das águas ou chuvas), em Santiago as paisagens áridas e semiáridas são predominantes. Não obstante, os nossos mares são dignos de elogio pela riqueza da sua biodiversidade bem como aproveitamos para realçar as pequenas baías e belas praias de areia vulcânica (negra) e areia clara.

Portanto, além das atividades académicas e políticas que o evento propõe, gostaríamos que esta fosse uma oportunidade para conhecer esta magnífica ilha e vivenciar a sua riqueza cultural e histórica, que é tida por ser culturalmente complexa por conectar um Sul mais urbano, comercial e político-administrativo, cujo centro é a cidade da Praia, com um Centro marcado por uma altitude elevada e zonas agrícolas e um Norte mais rural e montanhoso, também agrícola, dinamizado por cidades como Assomada e Tarrafal.

A cidade da Praia, que é onde estamos posicionados, está pronta para o(a) acolher com a sua mistura de tradição e modernidade. Ela é um centro de educação, de ativismo, mas simultaneamente de cultura e diversidade urbana. Sendo assim, este é um convite para que conheça o Plateau, centro histórico da capital cabo-verdiana, e a sua arquitetura colonial.

Aqui mesmo no Plateau pode visitar: o Museu Etnográfico, na Rua Pedonal, e saber um pouco sobre os modos de vida tradicionais e o património imaterial da ilha de Santiago; o Mercado do Plateau, um importante ponto de comércio e turístico, localizado na Avenida Amílcar Cabral, com acesso também a partir da Rua Pedonal, e que mostra muito bem a importância das mulheres para a economia local; o Palácio da Cultura Ildo Lobo, um espaço cultural com música ao vivo e exposições e que está a acolher temporariamente peças do Museu de Arqueologia. Já um pouco mais abaixo e a metros de distância, pode aceder ao Mercado do Sucupira, na zona da Fazenda, Avenida Cidade de Lisboa, um influente símbolo do comércio informal e da criatividade das mulheres e dos imigrantes oeste-africanos. O Farol D. Maria Pia, situado na zona da Prainha, não fica para trás; ele é uma demonstração da presença colonial, mas outrossim reflete o signo de um destino marítimo marcado pela memória das viagens.

Não podemos deixar de lhe sugerir uma visita ao Sítio Histórico de Cidade Velha (antiga e atual Ribeira Grande de Santiago), o primeiro entreposto urbano europeu na África Subsaariana e um dos primeiros mercados de escravizados no Atlântico, fundada a partir do achamento do nosso arquipélago na década de 1960 do século XV pelos portugueses. Classificado como Património da Humanidade pela UNESCO desde 2009; dista poucos quilómetros da cidade da Praia, isto é, cerca de 20 minutos.

Aqui, pode visitar o Forte Real de São Filipe, as ruínas da Sé Catedral, o Pelourinho, a Rua da Banana, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, o Convento/Igreja de São Francisco e as ruínas da Igreja de Nossa Senhora da Conceição.

Se puder, passe pelo planalto central da ilha e visite a cidade de Assomada, um importante núcleo comercial que acolhe uma movimentação especial de pessoas, de produtos e de cultura às quartas-feiras e sábados. Indicamos-lhe o antigo e o novo Mercados Municipais, o Centro Cultural Norberto Tavares, a produção de mulheres artesãs no Centro Interpretativo da Olaria de Fonte Lima, e o Museu da Tabanka (expressão e organização sociocultural) na comunidade de Chão de Tanque.

Tomando rumo para o Norte, passamos pelo Parque Natural de Serra Malagueta, uma amostra de resistência ecológica, cujo ecossistema e trilhas se estendem por três concelhos: Santa Catarina, Tarrafal e São Miguel.

Chegando à cidade do Tarrafal, esta é popular pelas belíssimas praias de areia branca. Porém, o Museu do Campo de Concentração do Tarrafal não deve ser descurado, ou seja, a memória histórica da resistência contra o regime colonial e contra Salazar e da própria luta pelas independências das colónias de Portugal em África.

E para fechar esse tour, indicamos seguir adiante em direção aos Concelhos de São Miguel e Santa Cruz. Os caminhos costeiros e a vista para o mar são acompanhados por uma beleza excecional.

Espinho Branco faz parte de São Miguel e é onde encontramos a Comunidade dos Rabelados, símbolo de resistência espiritual e religiosa contra o Estado colonial e a Igreja Católica e que, hoje, é conhecida não só pelo seu modo de viver alternativo, mas também pela sua dedicação à arte.

Já em Santa Cruz, uma das regiões mais agrícolas da ilha de Santiago, onde as mulheres desempenham um papel central tanto na agropecuária e no comércio locais quanto na criatividade e arte populares, a cidade de Pedra Badejo deve ser corrida.

A conferência “Repensar o Género a partir da África: perspetivas globais e locais” visa fomentar o debate crítico e plural sobre as dinâmicas de género sob perspetivas africanas, considerando as complexidades históricas, epistemológicas, culturais, políticas e espirituais que permeiam o continente. A partir de uma abordagem interseccional e transdisciplinar, o evento está estruturado em 12 eixos temáticos que possibilitam a partilha de saberes, experiências e resistências:

  • Epistemologias sobre género e identidades
  • Intersecções entre género, classe, raça, geração e território
  • Feminismos africanos: teorias e práticas
  • Masculinidades e feminilidades
  • Violências de género: direitos e políticas públicas
  • LGBTQIA+: identidades, resistências e afirmações
  • Género e diáspora
  • Cultura, artes e género
  • Género, religião e espiritualidade
  • Género e economia: trabalho, cuidados e desenvolvimento
  • Tecnologia, mídias digitais e ativismo de género
  • Sexualidades, conjugalidades e parentalidades

Reconhecendo a diversidade social e económica dos públicos interessados, propõe-se uma política de inscrição inclusiva e acessível, de modo a garantir ampla participação.

Categoria

Valor (€)

Condições e Observações

Investigadores internacionais (não africanos??) presença física

40€

Inclui certificado, materiais da conferência, acesso completo às sessões presenciais

Investigadores de países africanos

30€

Valor especial para promover representatividade regional

Estudantes, representantes de ONG’s, Movimentos sociais, lideranças comunitárias, artistas

10€

Mediante comprovativo. Pode candidatar-se a apoio logístico ou bolsas

Participação Virtual (streaming)

20€

Acesso remoto às sessões e materiais digitais

Oradoras/es Convidadas/os,

Estudantes da Uni-CV

Gratuito

Convite formal emitido pela organização

Bolsas de Participação

Parcial ou Total

Destinadas a pessoas em situação de vulnerabilidade social, mediante candidatura justificada

A conferência Repensar o Género a partir da África: perspetivas globais e locais constitui uma iniciativa colaborativa que mobiliza instituições académicas, agentes culturais, ativistas e representantes comunitários na construção de um espaço plural e interdisciplinar de diálogo sobre as questões de género em África e na sua diáspora. Neste contexto, foram formalmente constituídas as Comissões Científica e Organizadora, compostas por especialistas cujo percurso académico, político e social reflete um profundo compromisso com a justiça de género, a produção de conhecimento situado e a valorização das epistemologias africanas. O engajamento dessa equipa é determinante para assegurar a excelência e o rigor na programação do evento, bem como a articulação ética e representativa das suas diferentes dimensões temáticas.

Comissão Organizadora

A conferência Repensar o Género a partir da África: Perspetivas Globais e Locais” conta com a dedicação de uma equipa organizadora ligada ao Centro de Investigação em Género e Família (CIGEF), cujas trajetórias académicas e sociais evidenciam um forte compromisso com a produção de conhecimentos orientados para a promoção da igualdade e equidade de género, os valores da justiça social, família, cultura e sociedade em contextos africanos:

Integram esta comissão os/as Professores/as:

  • Adilson Semedo (Coordenação)
  • Carmelita Silva (Coordenação)
  • Eufémia Rocha (Coordenação)
  • Antonieta Ortet
  • Celeste Fortes
  • Clementina Furtado
  • Cláudio Furtado
  • Crisanto Barros
  • Fernandina Fernandes
  • Jair Martins
  • Manuel Tavares
  • Saidu Bangura

A equipa assume um papel central na concepção estratégica, na coordenação metodológica, na articulação com a Comissão Científica e na dinamização institucional da conferência, assegurando uma abordagem ética, inclusiva e academicamente sólida. Para uma melhor execução dessas tarefas, a comissão pode admitir outros membros e formar subcomissões responsáveis para a questão da logística, de divulgação e gestão das inscrições, de minicursos, atividades culturais, feiras e exposições, e alimentação.

Além da equipa de pesquisadores do CIGEF, buscamos parcerias com outras universidades e/ou centros de pesquisa, organizações não-governamentais, organizações internacionais, instituições públicas-estatais, coletivos culturais. O objetivo é que esses grupos se interessem não só pela promoção do diálogo acerca do género a partir de África, mas que igualmente entendam poder ser agentes ativos na transformação social, política, económica, cultural, académica e, em especial, na formulação de novas conceções de género e justiça social, que leve em consideração as particularidades da África, sem, contudo, perder de vista, a necessidade de se conectar com o mundo.

 

No grupo dos parceiros prevemos integrar:

  • Alta Autoridade para a Imigração – AAI
  • Associação Cabo-verdiana de Luta contra Violência Baseada no Género – ACLCVBG
  • Associação Cabo-verdiana de Mulheres Juristas – AMJ
  • Associação Cabo-verdiana para a Proteção da Família – VERDEFAM
  • Associação de Mulheres Empresárias e Profissionais de Cabo Verde – AMEPCV
  • Associação de Mulheres Rabidantes-Praia – AMR
  • Associação de Trabalhadoras Domésticas – ATD-CV
  • Associação LGBTI da Praia – LGBTI-Praia
  • Camaras Municipais, através dos Pelouros de ação Social e promoção da Igualdade de género
  • Comissão Nacional dos Direitos Humanos e Cidadania – CNDHC
  • Fundação Triângulo – Cabo Verde
  • Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género – ICIEG
  • Instituto de Ciências Jurídicas e Sociais – ICJS
  • Movimento Eco-feminismo de Cabo Verde – MEFCV
  • Organização Cabo-verdiana de Autopromoção da Mulher – MORABI
  • Organização das Mulheres de Cabo Verde – OMCV
  • Plataforma das Comunidades Africanas Imigradas em Cabo Verde – PCAI
  • Programa de Apoio à Reforma Prioritária da Educação em Cabo Verde – PAREP-CV
  • Rede Laço Branco – Cabo Verde
  • Rede Oeste Africana para Edificação da Paz – WANEP-CV
  • Renascença Africana – Associação das Mulheres da África Ocidental – RAMAO-CV
  • Universidade de Santiago Cabo Verde – Uni-Santiago
  • Universidade Jean Piaget de Cabo Verde – Uni-Piaget Cabo Verde

Comissão Científica

A constituição da Comissão Científica da conferência “Repensar o Género a partir da África: Perspetivas Globais e Locais” tem como finalidade garantir a excelência académica, o rigor metodológico e a relevância epistemológica das propostas que serão apresentadas e debatidas ao longo do evento. As pessoas que integram esta comissão distinguem-se pelas suas trajetórias de investigação, produção crítica e envolvimento em práticas transformadoras nos domínios dos estudos de género, dos feminismos africanos, das interseccionalidades e das epistemologias do Sul.

Membros que integram a comissão:

  • Adilson Semedo – Uni-CV/CIGEF, Cabo Verde
  • Andrea Lobo – Universidade de Brasília, Brasil
  • Antonieta Ortet – Uni-CV/CIGEF, Cabo Verde
  • Carmelita Silva – Uni-CV/CIGEF, Cabo Verde
  • Celeste Fortes – Uni-CV/CIGEF, Cabo Verde
  • Cláudio Furtado – Uni-CV/CIGEF, Cabo Verde
  • Clementina Furtado – Uni-CV/CIGEF, Cabo Verde
  • Crisanto Barros – Uni-CV/CIGEF, Cabo Verde
  • Darlène Losis – Magistrature fédérale QC Ouest, Canadá
  • Elizabeth Defreyne – Université catholique de Louvain, Bélgica
  • Eufémia Rocha – Uni-CV/CIGEF, Cabo Verde
  • Ezra Alberto Chambal Nhampoca – Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique
  • Fatoumata Keita – Université des Lettres et des Sciences Humaines, Mali
  • Fernandina Fernandes – Uni-CV/CIGEF, Cabo Verde
  • Florita Cuhanga António Telo – Centro de Direitos Humanos e Cidadania, Universidade Católica de Angola, Angola
  • Hélder Pires Amâncio – Instituto Superior de Artes e Cultura / Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique
  • Iolanda Évora – CES–Nova, Lisboa
  • Isabel Casimiro – Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique
  • Juliana Dias – Universidade de Brasília, Brasil
  • Juvêncio Manuel Nota – Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique
  • Maria das Neves – Universidade Lusíada, São Tomé e Príncipe
  • Mariam Masini – São Tomé e Príncipe
  • Miriam Vieira – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil
  • Naentrem Manuel Oliveira Sanca – Centro de Estudos e Pesquisa sobre Mulher e Género de Guiné Bissau
  • Natália Helena Magaua – Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique
  • Patrícia Godinho Gomes – CODESRIA, Senegal
  • Pedro António dos Santos – Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil
  • Raul Mendes Fernandes – Universidade Amílcar Cabral, Guiné-Bissau
  • Terza Lima Neves – Johnson C. Smith University, E.U.A
  • Vinícius Venancio – Universidade Federal de Goiás, Brasil

A sua participação é essencial para assegurar que o programa científico reflita a pluralidade de perspetivas, saberes e experiências que configuram as vivências africanas e diaspóricas em torno das questões de género.

O evento será estruturado em torno de eixos temáticos que possibilitem discutir aprofundadamente sobre o género a partir das perspetivas e especificidades africanas. Isto posto, entende-se que esses temas possam/devem reunir diferentes dimensões: teóricas, históricas, políticas e ativistas, culturais e artísticas, a partir de uma ótica interseccional e trans/interdisciplinar.

  1. Epistemologias sobre género e identidades - muitas sociedades africanas têm formas de organização de género que não se encaixam nas categorias binárias ocidentais. Até à colonização, havia várias comunidades que tinham conceções fluídas e situadas de identidade de género. Logo, pretendemos com este eixo que se discuta como as epistemologias africanas desafiam as normas de género eurocêntricas e como é que esses saberes podem ser recuperados e incorporados no debate global.
  2. Intersecções de género, classe, raça, geração e território – as práticas de género nas sociedades africanas são atravessadas por outros eixos de subjetivação tais como: classe, raça, idade/geração, contexto geográfico/território, sexualidades. Neste sentido, propomos por um lado, o diálogo acerca de interseções que moldam desigualdades e privilégios, influenciando o acesso a direitos, oportunidades e formas de resistência e, por outro, sobre estratégias para abordar essas interseccionalidades em políticas públicas, ativismos de género e práticas comunitárias.
  3. Feminismos africanos: teorias e práticas - os feminismos africanos não são homogéneos e refletem múltiplas experiências históricas, políticas e culturais. Desde as lutas de rainhas guerreiras até às ativistas contemporâneas, as mulheres africanas têm questionado o machismo estrutural, sistemas patriarcais, coloniais e capitalistas. Neste eixo propomos abordar as diferentes correntes do feminismo africano, desde o womanismo ao mulherismo, bem como as tensões entre feminismos africanos e feminismos ocidentais. Também discute o papel das mulheres na política, na economia e nas lutas por direitos reprodutivos e justiça social.
  4. Masculinidades e feminilidades - as construções de masculinidades e feminilidades na África são profundamente influenciadas por fatores históricos, culturais e sociais específicos, que interagem com questões de classe, raça, sexualidade, religião ou outro marcador da diferença. Neste eixo propomos examinar as diferentes facetas do ser homem e ser mulher, podendo repensá-las tanto à luz das dinâmicas coloniais, capitalistas e neoliberais quanto a partir do seu entrelaçamento em diversas dimensões da vida social, económica e política.
  5. Violências de género: Luta por reconhecimento de direitos e políticas públicas de prevenção e combate - propomos que sejam trazidos ao debate, as diferentes manifestações de violências (feminicídio, violências de género, violência doméstica, assédio sexual, mutilação genital feminina, casamentos precoces e/ou forçados, etc.) que atravessam as relações familiares, sociais e de trabalho em contextos africanos bem como, as suas raízes históricas e estruturais. Nesta linha, interessam-nos ainda, debruçar sobre as legislações para entender os deslocamentos teórico-conceptuais e, consequentemente, as (re) adaptações institucionais que se foram fazendo ao longo do tempo. As lacunas e os desafios na proteção e assistência das vítimas e na responsabilização de agressores; as redes de solidariedades familiares e comunitárias, ações de advocacy e de militância das ONG’s e instituições internacionais de promoção da igualdade de género, constituem igualmente nossa preocupação neste eixo de trabalho.
  6. LGBTQIA+: identidades, resistências e afirmações - não obstante as narrativas dominantes de que a homossexualidade e as identidades LGBTQIA+ não são africanas, há evidências históricas e antropológicas que indicam o contrário. Este eixo explora essas experiências no continente, abordando temas como colonialismo e criminalização da sexualidade, movimentos LGBTQIA+ africanos, religiosidade e aceitação social, bem como novas formas de resistência e afirmação de identidades.
  7. Género, migrações e diáspora - a mobilidade africana tem impactos significativos nas dinâmicas de género e vice-versa. Falamos na separação/reagrupamento de famílias devido à migração laboral, mas também na vulnerabilidade de mulheres e pessoas LGBTQIA+ em trajetórias migratórias. Exploramos como é que a diáspora africana influência a construção de identidades de género e a maneira como as políticas migratórias afetam grupos marginalizados.
  8. Cultura, artes e género: narrativas na literatura, cinema e performance - este eixo objetiva debater como a cultura e, em especial, as artes sempre desempenharam um papel fundamental na (re)interpretação das relações de género. Logo, a atenção recai na maneira como cineastas, escritores(as), músicos(as) e performers africanos(as) desafiam normas de género e criam representações de identidades femininas, masculinas e LGBTQIA+. Interessam as produções culturais que retratam a diversidade de vivências de género em África, assim como a censura e as tensões que essas conexões enfrentam.
  9. Género, religião e espiritualidade - as religiões e práticas espirituais africanas desempenham um papel fundamental na edificação das identidades de género. Queremos com este eixo debater como as religiões tradicionais africanas, o cristianismo, o islamismo, etc., moldam as relações de género, influenciam as normas sociais e, simultaneamente, servem como espaços de resistência e ressignificação das identidades, havendo lugar para o papel das mulheres líderes religiosas e das práticas espirituais LGBTQIA+ na África.
  10. Género e economia: trabalho, cuidados e desenvolvimento - o foco aqui é nas desigualdades de género e possibilidades de transformação social, no campo económico, desde o trabalho doméstico não remunerado até à precarização das mulheres nos setores informais e de serviços. Tópicos como empreendedorismo feminino, inclusão e justiça económica, economia/gestão do cuidado, acesso ao crédito, iniciativas de economia solidária e práticas comunitárias, criação de políticas públicas eco-inclusivas, e impactos do neoliberalismo na vida dos(as) africanos(as) são bem-vindos.
  11. Tecnologia, mídias digitais e ativismo de género - as mídias digitais têm operado como uma ferramenta poderosa para mobilizar debates acerca do género no continente africano, desde campanhas feministas no Twitter até influenciadores LGBTQIA+ que desafiam normas sociais, por exemplo, no Tik Tok ou Instagram. Destarte, buscamos analisar como é que a tecnologia tem sido usada para empoderar/agencializar, resistir e visibilizar ao mesmo tempo que tenta compreender desafios tais quais: cyberbullying, censura, cancelamento, controlo digital.
  12. Sexualidades, conjugalidades e parentalidades – as sociedades africanas têm mostrado que as suas relações afetivas e familiares conhecem uma ampla diversidade calcada em aspetos históricos, culturais e religiosos. Nesse sentido, o eixo ambiciona tratar da pluralidade de sexualidades, modelos de união e formas de parentalidade, desafiando a heteronormatividade e e patriarcado enquanto operadores de desigualdades. Transformações das dinâmicas conjugais, lutas e conquistas de famílias LGBTQIA+, direitos reprodutivos, impacto das legislações sobre casamento/divórcio/filiação são algumas matérias de interesse.
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