A Fundação Calouste Gulbenkian anunciou, na sexta-feira, 19 de dezembro, os projetos vencedores do programa +Investigação, uma iniciativa dirigida aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) que prevê o financiamento de cinco projetos de investigação clínica em Cabo Verde e Moçambique, num investimento global de 900 mil euros.
Entre os projetos selecionados em Cabo Verde, destaca-se o Prepara-MCV, liderado pela investigadora Isabel Araújo, da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), que pretende melhorar as práticas de prescrição de antibióticos em pediatria. O projeto aposta na utilização de testes rápidos e vigilância molecular, com o objetivo de reforçar a qualidade dos cuidados pediátricos e responder ao desafio crescente da resistência aos antibióticos, um dos temas prioritários de saúde pública considerados na seleção.
De acordo com a Fundação Gulbenkian, cada projeto poderá receber até 180 mil euros, para execução ao longo de três anos, visando “reforçar a qualidade e a equidade na prestação de cuidados de saúde” nas regiões abrangidas.
Além do projeto coordenado por Isabel Araújo, foram igualmente contempladas iniciativas lideradas por Pamela Borges, do Hospital Agostinho Neto, e por três investigadores em Moçambique, em áreas como diagnóstico hematológico, tuberculose resistente, saúde materno-infantil e insuficiência cardíaca precoce, incluindo soluções com recurso à inteligência artificial.
O concurso +Investigação - Apoio a Projetos de Investigação em Saúde para Investigadores Seniores dos PALOP contou, numa primeira fase, com 12 projetos pré-selecionados em Moçambique, Cabo Verde e Angola. Cinco chegaram à etapa final, selecionados por um júri independente. A iniciativa encerrou a 16 de junho e incluiu uma fase de apoio preliminar a investigadores pré-selecionados, com uma bolsa de até dois meses.
Com esta iniciativa, a Fundação Calouste Gulbenkian pretende contribuir para reforçar o conhecimento científico, capacitar as instituições de investigação e de saúde, fomentar parcerias nacionais e internacionais e integrar investigadores dos PALOP em redes globais, contribuindo para a melhoria da prestação de cuidados de saúde nestes países.