Acordo, selado em Tenerife no âmbito do Campus África, une espaços lusófono, francófono e hispânico e é financiado pelo Cabildo local para enfrentar desafios comuns como as alterações climáticas e a saúde.
A Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), a Universidade de La Laguna (Espanha) e a Universidade Gaston Berger (Senegal) selaram na quinta-feira, 24 de julho, uma aliança estratégica para impulsionar a mobilidade académica e a investigação conjunta. A declaração de intenções, assinada em Tenerife sob a égide do programa Campus África, foi descrita pelo Reitor da Uni-CV, José Arlindo Barreto, como um “pacto de confiança mútua” que une três espaços geográficos e linguísticos distintos.
“Este acordo transcende a formalidade”, afirmou o Reitor da Uni-CV no seu discurso. Sublinhou que a parceria une os mundos lusófono, francófono e hispânico em torno de valores como “o compromisso com a ciência, a valorização da juventude e a defesa da diversidade cultural”. A cooperação é vista como uma ferramenta essencial de internacionalização para a universidade de um país arquipelágico e historicamente diaspórico como Cabo Verde.
O pacto, que contou também com a assinatura do Cabildo Insular de Tenerife como parceiro financiador, prevê a colaboração em áreas cruciais para o futuro dos três países. Entre as prioridades estão o desenvolvimento de programas educativos conjuntos, a investigação sobre sustentabilidade e alterações climáticas, e o combate a doenças tropicais. A transformação digital e a promoção da diversidade cultural e do multilinguismo são também pilares centrais do acordo.
Um dos eixos mais importantes será a mobilidade de estudantes e docentes. O acordo inclui o desenvolvimento do programa “BOLSAS ÁFRICA”, que permitirá a recém-formados de Tenerife realizar estágios profissionais na Universidade de Cabo Verde e na Universidade Gaston Berger, fortalecendo as pontes humanas entre os territórios.
O Reitor da Uni-CV agradeceu o papel “visionário” do Cabildo de Tenerife por financiar e apostar na criação de um “verdadeiro ecossistema de colaboração entre universidades africanas e europeias”. Agradeceu igualmente aos promotores do Campus África, os professores Basílio Valadares e Soliño Gomes, por criarem uma plataforma de intercâmbio que é já uma referência no Atlântico médio.
As quatro instituições signatárias comprometeram-se a trabalhar para transformar esta declaração em ações concretas, reforçando uma cooperação que se pretende “ambiciosa, duradoura e centrada nas necessidades” dos jovens e das sociedades envolvidas.