
A Universidade de Cabo Verde abriu, esta sexta-feira, 24 de outubro de 2025, na Sala António Correia e Silva (Mediateca, Campus do Palmarejo Grande), o Workshop de Encerramento do Projeto Ação Climática no Ensino Superior, com intervenções do Reitor José Arlindo Barreto, do Embaixador do Luxemburgo, Jean-Marie Frentz, e do Secretário Nacional da Ação Climática, Alexandre Rodrigues.
A sessão de abertura decorreu em formato híbrido, com transmissão para os pólos de Assomada e Mindelo, e enquadrou-se na celebração do Dia Internacional de Ação Climática. O workshop integra o projeto “Climate Action in Higher Education: Sowing the Environmental Awareness”, implementado pela Uni-CV ao abrigo do acordo com a Lux-Development S.A. (LuxDev), e visa consolidar a literacia climática aplicada ao ensino superior.
No seu discurso, o Reitor da Uni-CV, José Arlindo Barreto, sublinhou a responsabilidade das universidades na sensibilização e ação face à emergência climática, destacando que “cada pessoa e cada instituição deve fazer a sua parte”, em articulação com o Estado e com os parceiros internacionais. O Reitor valorizou ainda o papel formativo da instituição, referindo ofertas académicas nas áreas do ambiente, energia e recursos naturais, e agradeceu o apoio da cooperação luxemburguesa.
O Embaixador do Luxemburgo em Cabo Verde, Jean-Marie Frentz, enfatizou que a ação climática “não é opcional”, defendendo a literacia climática como base para capacitar os cidadãos, em particular os mais jovens, a compreender, agir e tornarem-se agentes de mudança. Sublinhou o papel estratégico das universidades como motores de conhecimento, investigação e educação, e reafirmou o compromisso do Luxemburgo com soluções concretas e sustentáveis em parceria com Cabo Verde.

Por seu turno, o Secretário Nacional da Ação Climática, Alexandre Rodrigues, situou a sessão num “momento decisivo” para os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, lembrando que a subida do nível do mar, as secas e os eventos extremos já condicionam o presente. Salientou que estratégias nacionais como as Contribuições Nacionalmente Determinadas, o Plano Nacional de Adaptação e a Estratégia de Descarbonização “só ganham valor quando se transformam em execução”, o que requer ciência, dados e competências, com a academia no centro desse esforço. Apontou como prioridades a institucionalização da literacia climática nos currículos, o reforço da ligação entre investigação e políticas públicas e a expansão da formação a outras instituições.
A cerimónia assinalou igualmente a entrega de certificados a monitores e embaixadores do clima formados no âmbito do projeto, reconhecendo o contributo dos estudantes e equipas técnicas na dinamização de ações de sensibilização e formação.
O programa prossegue ao longo do dia com mesas temáticas e a apresentação de produtos e resultados do projeto, incluindo materiais de apoio ao ensino e instrumentos institucionais de prevenção, mitigação e adaptação às alterações climáticas.