Formação reforça cooperação com ESEP, ESEC e USP e alinha-se à missão do UNFPA para a saúde materna

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A Universidade de Cabo Verde inaugurou, na segunda-feira, 20 de outubro de 2025, a 1.ª Edição da Especialização em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica (EESMO), em sessão realizada na Sala António Correia e Silva, na Mediateca do Campus do Palmarejo Grande, com transmissão online. A formação nasce em parceria com a Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP), a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEC) e a Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), consolidando o eixo de cooperação lusófona na saúde.

A abertura foi presidida pelo Ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, que enquadrou a especialização no plano de qualificação contínua dos profissionais. O governante sublinhou que, face aos desafios demográficos, epidemiológicos e territoriais, não há sistema de saúde robusto sem profissionais valorizados e capacitados, e destacou progressos como a cobertura de partos assistidos superior a 95% e a redução de mais de 80% da mortalidade materna nas últimas três décadas, a par de uma rede nacional de cuidados pré-natais e neonatais. Persistem, porém, desafios de insularidade e equidade territorial, o que torna a EESMO uma resposta estratégica para levar cuidados qualificados às unidades mais remotas.

O Reitor da Uni-CV, José Arlindo Barreto, valorizou os 17 anos do curso de Enfermagem e o trabalho “exemplar” da coordenação, associando a melhoria dos indicadores ao investimento formativo e à prática clínica em contexto. Em representação do UNFPA, David Matern, recordou o compromisso da agência com os “três zeros” - zero mortes maternas evitáveis; zero gravidezes não desejadas; zero práticas nefastas - e enquadrou a especialização nesse horizonte de qualidade, equidade e continuidade dos serviços.

Pela ESEC, Manuela Frederico evocou o percurso conjunto com Cabo Verde desde a transformação do curso em licenciatura, salientando a aprendizagem mútua e a convicção de que a nova especialização será um êxito. Da USP, Vilanice Puschel realçou a articulação académica que viabilizou a parceria e a natureza “viva e transformadora” da cooperação. A diretora da EESMO, Elga Carvalho, afirmou que a formação aumentará a autonomia, o rigor científico e a sensibilidade humana dos profissionais, com impacto na redução da mortalidade materna e neonatal e no fortalecimento do Sistema Nacional de Saúde.

Concebida com a ESEP/ESEC/USP, a EESMO integra ensino híbrido, tutoria clínica supervisionada e simulação realista (em articulação com o Centro Nacional de Simulação Clínica). O currículo abrange saúde sexual e reprodutiva, acompanhamento da gravidez, trabalho de parto e puerpério, partos eutócicos e urgências obstétricas (partos pélvicos, distocia de ombros, extração manual da placenta, revisão uterina, hemorragia pós-parto), bem como cuidados ao recém-nascido, incluindo reanimação neonatal. A ambição é formar especialistas capazes de liderar boas práticas, produzir evidência e qualificar serviços em toda a rede de cuidados, reforçando a equidade entre ilhas.

 

 

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