
A Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) iniciou, na manhã desta segunda-feira, o III Fórum Nacional de Educação Médica, no Campus de Palmarejo Grande, dedicado aos 10 anos de formação médica em Cabo Verde. A sessão de abertura reuniu intervenções da estudante Nélida Sanches, em representação da comissão organizadora, do Reitor José Arlindo Barreto e do Ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, para um balanço da primeira década e a definição de prioridades para a fase seguinte.
Em nome dos estudantes, coube a Nélida Sanches salientar os resultados alcançados desde o arranque do curso, desenvolvido em parceria com a Universidade de Coimbra, sublinhando que os diplomados já estão a servir o país. Assinalou, contudo, que persistem desafios na integração plena dos recém-graduados no sistema, na expansão da formação especializada em território nacional e na criação de medidas de retenção de profissionais. “A integração dos recém-formados, a oferta de especializações e a retenção de profissionais são prioridades para os próximos anos”, afirmou.
O Reitor, José Arlindo Barreto, recordou o ceticismo que marcou a fase inicial do projeto, em 2015, e destacou que o curso “é hoje uma realidade consolidada, com diplomados a reforçar o Sistema Nacional de Saúde”. Entre as prioridades institucionais, apontou o reconhecimento internacional dos diplomas, o reforço da investigação e a criação do Estatuto do Médico Docente, considerando que este instrumento poderá beneficiar simultaneamente a Universidade e o sistema de saúde. “A formação médica em Cabo Verde é um projeto académico consolidado, com impacto direto no desenvolvimento do país”, afirmou.
Encerrando a sessão de abertura, o Ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, apresentou linhas gerais do Plano Estratégico de Formação 2025–2045, que, segundo indicou, pretende alargar a formação em especialidades no país e reduzir a dependência de evacuações externas. Dirigindo-se aos estudantes, defendeu o papel central da nova geração na transição para uma maior autossuficiência nacional em formação médica. O governante acrescentou que “o PCCS da saúde está aprovado” e informou ter assinado orientações para a contratação de médicos nacionais atualmente fora do sistema, com o objetivo de acelerar a sua integração “com dignidade e convencimento”.
Os trabalhos do III Fórum Nacional de Educação Médica prosseguem durante hoje e amanhã, com debates temáticos sobre formação pré-graduada, internato, especialização e investigação, procurando consolidar a trajetória iniciada há uma década e estabelecer metas concretas para o próximo ciclo.