Cerimónia de outorga de grau aos finalistas de Estudos Cabo-Verdianos e Portugueses e de História e Geografia ficou marcada por discursos que apelaram tanto à felicidade pessoal como à responsabilidade nacional.
Numa cerimónia carregada de emoção e simbolismo, a Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) entregou na passada sexta-feira, 1 de agosto, os diplomas aos novos licenciados em Estudos Cabo-Verdianos e Portugueses e em História e Geografia, no campus de Assomada. O momento ficou marcado por duas mensagens convergentes, mas com tons distintos: a bênção paternal do padrinho da turma, o presidente da Câmara de Santa Catarina, Armindo Freitas, e o desafio incisivo do Reitor da Uni-CV, Arlindo Barreto, que instou os novos quadros a serem verdadeiros “agentes de mudança” para o país.
Na qualidade de representante dos padrinhos, Armindo Freitas, falou com proximidade, reconhecendo o “percurso difícil, mas cheio de esperança” dos estudantes. A sua mensagem centrou-se no encorajamento e no apoio. “Considerando o meu percurso, até agora, de sucesso, dou-vos, pelo menos, as bênçãos que recebi na vida. Sejam felizes!”, declarou, num dos momentos altos da manhã. O autarca lembrou ainda que o conhecimento adquirido deve agora ser colocado ao serviço da comunidade e reforçou o papel do seu município na defesa de um ensino superior mais inclusivo.
Já o Reitor da Uni-CV, Arlindo Barreto, lançou um repto aos finalistas, desafiando-os a transcender a meta de “obter um emprego”. Numa crítica à “mentalidade do mínimo esforço” após a estabilidade laboral, o Reitor afirmou que “Cabo Verde já não precisa desse tipo de quadros”, mas sim de jovens com integridade, humildade e uma esperança ativa. “Cabo Verde precisa que sonhem alto, mas que mantenham os pés no chão, a construir, todos os dias, um país mais justo, mais culto, mais forte”, vincou.
Ambos os discursos reconhecem as histórias de superação dos finalistas, muitos vindos de “contextos exigentes, com recursos limitados”, como lembrou o Reitor. A cerimónia, que incluiu o tradicional desfile, momentos culturais e a imposição de fitas, foi uma celebração do sucesso académico, mas da resiliência de jovens que, nas palavras de Arlindo Barreto, fizeram a sua “travessia com coragem e sucesso”.